
A obra literária ‘Nosso Linguajar’ foi lançada, nessa quinta-feira, 10, na cidade de Conceição do Tocantins, localizada na região sudoeste do estado. O projeto foi contemplado no Edital nº 22/2024, do Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Cultura, inserido na Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), e visa preservar expressões e dialetos que atravessaram gerações e representam a comunicação local da população.
O lançamento contou com apresentação musical, recitação de cordéis, apresentação da Congada do município e dança suça e ocorreu nas proximidades da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, construída com pedras durante o período da escravidão, entre os anos de 1741 e 1974.
Representando o secretário da Cultura do Tocantins, Tião Pinheiro, a coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Tocantins, Mayra Cabral, participou do evento e destacou a importância do registro linguístico para a preservação da memória cultural. “Obras como Nosso Linguajar são fundamentais para valorizar a identidade local e fortalecer a memória oral como patrimônio imaterial. Esse tipo de publicação cumpre um papel essencial ao registrar expressões e modos de falar que, muitas vezes, permanecem restritos ao uso cotidiano e correm o risco de desaparecer com o tempo”, afirmou. Ela também recebeu um exemplar do livro e ressaltou o envolvimento da comunidade na construção do conteúdo. “É gratificante ver a comunidade unida em torno de um projeto que transforma lembranças e vivências em conhecimento acessível para as próximas gerações”, complementou.
Representando a Secretaria Municipal da Cultura de Conceição, a chefe de gabinete do município, Edmára Tolentino de Oliveira, afirmou que o lançamento da obra tem grande significado para a cidade. “É uma alegria participar deste momento. As palavras que fazem parte deste dicionário remetem à essência de nós, conceicionenses.”
Antes do lançamento do livro, foi celebrada uma missa. Em seguida, os fiéis e a comunidade se reuniram no salão externo da igreja. Os presentes acompanharam o relato da idealizadora do dicionário, Nilda Bandeira Guedes, que declarou: “Durante tantos anos, guardei na memória e no coração expressões que ouvi de nossos pais, avós, vizinhos, parentes e amigos. Palavras que carregam afetos, vivências e o modo de ser do nosso povo de Conceição do Tocantins. Sempre acreditei na força da palavra falada, porque o modo como falamos diz muito sobre quem somos. Nosso Linguajar é identidade, memória e cultura viva”.
A proponente do projeto contemplado pela Pnab, Zuleyka Bandeira Guedes Cardoso, portando um caderno com folhas amareladas, relembrou que sua mãe, Nilda Bandeira, começou a anotar as palavras há 20 anos. Com o passar do tempo, outros membros da família também passaram a registrar as expressões no mesmo caderno. Ela contou que enfrentou críticas durante a faculdade por sua forma de falar; hoje, está formada e é professora em uma escola do município. “Quando entrei na faculdade, sofri muitas críticas por causa do meu linguajar. Para mim, estava certo, mas, para eles, não. Eu ficava triste quando as pessoas me corrigiam por causa de alguma palavra. Estou imensamente feliz e realizada com esse projeto, porque conseguimos materializar um sonho de muito tempo”.
A cerimônia de lançamento foi conduzida pelos membros do projeto, Messias José Bandeira Guedes e Nilziany Bandeira Guedes Moretti. “É uma alegria muito grande. Jamais imaginávamos que as palavras de um caderninho pequeno chegariam a um dicionário formal”, comentou Nilziany.
Congada de Conceição do Tocantins
A congada de Conceição do Tocantins esteve presente no evento e fez uma bela apresentação. A tradição foi resgatada no ano de 1989 por Fulgêncio da Silva Guedes, falecido em 1999. O rei da congada, Cleiber Tolentino de Souza, explicou que a tradição é uma dança cultural da época da escravidão, em que o rei reunia os escravizados para abrilhantar a festa. "Eles saíam à frente, dançando e anunciando a chegada do reinado. Quando chegavam ao local do evento, apresentavam uma dança especial para tornar a celebração ainda mais bonita”.
A tradição permanece viva, graças ao trabalho de voluntários que se vestem com figurinos nas cores branca, azul-escuro e vermelha. Esses elementos tornaram o lançamento do livro uma noite ainda mais enriquecedora.
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