O Dia da Saúde Ocular é celebrado em 10 de julho. A data visa conscientizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças oculares, que podem levar à perda da visão se não tratadas adequadamente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 75% dos casos de deficiência visual poderiam ser evitados com prevenção ou tratamento e a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), reforça a importância dos cuidados com os olhos e a promoção de ações preventivas que podem fazer toda a diferença na qualidade ocular das pessoas.
No Brasil, as principais doenças oculares acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são erros de refração (miopia, astigmatismo, hipermetropia), catarata, glaucoma e doenças da retina (retinopatia diabética, retinopatia da prematuridade, degeneração macular relacionada à idade).
Segundo o médico oftalmologista do Hospital Geral de Palmas (HGP), Marcos Rodrigues Souza, problemas oftalmológicos podem ser provocados por inúmeros motivos, desde causas genéticas até hábitos e estilos de vida. “Os principais sintomas para as doenças oculares, que devem servir de alerta assim que surgirem, são visão embaçada, tremor nos olhos, dificuldades de se adaptar à luz, olhos vermelhos e lacrimejando. Alguns desses sintomas nem sempre estão relacionados a problemas sérios de visão, mas se sentir qualquer desconforto é fundamental procurar auxílio médico especializado para tratar e prevenir possíveis complicações. A médio e longo prazo podem causar, entre outras coisas, dificuldade na visão e até mesmo, em casos mais graves, a cegueira”.
“A miopia está se tornando um dos problemas oculares mais comuns em todo o mundo, principalmente em crianças e adolescentes, e um dos principais fatores para esse aumento é o uso excessivo de telas. Os pais devem ficar alerta a situações como dificuldade para enxergar de longe, aproximação excessiva de telas e livros, esforço para enxergar ou dores de cabeça frequentes, piscadas aceleradas e olhos cansados ao longo do dia”, acrescentou o especialista.
Transplante
Os pacientes do SUS tocantinenses contam com o Banco de Olhos do Tocantins (Boto), de responsabilidade do Governo do Tocantins, que funciona nas dependências do Hospital Geral de Palmas (HGP). O local realiza a captação e a preservação de tecidos oculares que serão fornecidos à Central de Transplantes do Tocantins (CETTO), para distribuição, que possibilitará os transplantes que atendam à demanda do estado e do país. Desde o início do serviço, em 2016, o Tocantins já realizou 451 transplantes de córneas. Atualmente, no Estado, 276 pessoas aguardam na fila para realizarem a cirurgia.
A Regiane Beirigo Alves Leite, de 44 anos, mora em Paraíso do Tocantins e passou por dois transplantes de córnea no HGP. “Do olho esquerdo, eu fiz primeiro, fiz em setembro de 2018, o olho direito eu fiz no em junho de 2022. O meu problema foi a distrofia da córnea, que é uma doença hereditária que afeta a córnea, eu sentia dor, sensibilidade à luz e visão embaçada, por isso que eu tive que passar pelo transplante. O segundo transplante demorou mais um pouco devido à pandemia, mas graças a Deus e aos doadores tive minha visão restabelecida. Hoje faço acompanhamento a cada seis meses, mas está tudo bem, não tive nenhum problema sério desde o transplante”.
Fluxos de atendimentos
Para atender as demandas e necessidades do cuidado da saúde ocular da população, o SUS oferta assistência integral e gratuita para todos os tipos de doenças oculares, incluindo, consultas, exames para diagnósticos, acompanhamento, tratamento cirúrgico e tratamento medicamentoso. Para os casos mais graves em que há indicação, o SUS também oferta transplante de córnea.
Para serem encaminhados aos Serviços de Atenção Especializada, os pacientes do SUS devem primeiro procurar uma Unidades de Saúde da Família, do seu município, para o encaminhamento e diagnóstico de doenças oculares. Os pacientes com diagnóstico confirmado devem ser acompanhados por um médico oftalmologista e regulados para os serviços de saúde disponíveis.
O Teste do Olhinho ofertado nas maternidades públicas, é um exame simples, rápido e indolor, capaz de detectar alterações no eixo visual que possam causar problemas como catarata, glaucoma congênito, entre outros. O exame avalia o reflexo da luz que entra no olho do bebê, permitindo identificar partes como cristalino, vítreo e retina, além da comparação entre os olhos. Se for apontada alguma alteração, o recém-nascido é encaminhado para um especialista. A identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão.
Cuidados preventivos
Evitar Coçar os olhos; Usar protetor ocular sempre que houver risco de algo atingir seus olhos; Lavar os olhos com bastante água limpa, caso caia qualquer líquido neles; Usar óculos ou lentes de contato apenas quando prescritos por médico oftalmologista; Tomar cuidado com maquiagens, pois algumas podem provocar alergia; Utilizar óculos escuros em ambientes com claridade excessiva; Procurar o oftalmologista periodicamente.