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Brasil CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Lula retoma Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, e condecora pesquisadores

Em cerimônia, Lula também prestou homenagem ao ex-reitor Luiz Carlos Cancellier e sugeriu reedição de programa de incentivo à compra de eletrodomésticos. Evento marcou um “basta ao obscurantismo e ao negacionismo”

14/07/2023 às 08h31 Atualizada em 14/07/2023 às 08h53
Por: Redação Fonte: Por Redação RBA
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Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou nesta quarta-feira (12) o relançamento do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT). Criado para assessoramento do Executivo, o fórum trabalha pela reindustrialização do Brasil e tem na ciência, tecnologia e inovação suas bases para o desenvolvimento nacional. No entanto, desde agosto de 2018, o CCT não se reunia e, na gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi descartado.

O órgão retoma agora com, ao todo, 34 membros. Serão 16 cadeiras para ministros de Estado. Além de 8 para produtores e usuários de ciência e tecnologia, e 9 para representantes de entidades dos setores de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia. A volta do conselho também foi marcada pela condecoração de professores, pesquisadores e entidades com a Ordem Nacional do Mérito Científico. O Palácio do Planalto realizou pela manhã uma cerimônia em que, entre os homenageados, estavam também pesquisadores que tiveram a condecoração retirada em 2021 por Bolsonaro, por seus trabalhos contrariarem posições daquele governo.

Como ocorreu com a cientista Adele Benzaken. Ela foi demitida do cargo de diretora do Departamento HIV/Aids do Ministério da Saúde após publicar cartilha sobre a prevenção de doenças para homens trans. Assim como Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, que “ousou publicar a verdade” ao comprovar a ineficácia da cloroquina no tratamento da covid-19, como lembrou Lula durante o evento, que teve um tom de “reparação histórica”. Outros 21 cientistas que renunciaram à honraria após Bolsonaro retirar a distinção de Adele e Lacerda também receberam a medalha.

Ato de reparação

“O real significado desse evento, contudo, vai muito além de atos formais. Estamos reunidos aqui hoje para dizer em alto e bom som que chega de obscurantismo. Basta de negacionismo. Chega de jogar cientistas às fogueiras, não mais aquela da idade média, mas que as mentiras e o discurso do ódio acenderam na internet e em grupos radicais na sociedade”, discursou o presidente da República.

“Este é um ato de desagravo à ciência e de reparação histórica”, acrescentou a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos. A titular da pasta afirmou que cientistas, professores, professoras, médicos, pesquisadores e pesquisadoras, brasileiros e brasileiras foram “injustamente perseguidos e ameaçados por um governo anticiência e antivida”, completou.

Durante o evento, Lula também assinou o decreto que convoca a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ele prestou ainda uma homenagem ao ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luiz Carlos Cancellier que foi preso injustamente e cometeu suicídio dias após ser acusado de desvios de recursos públicos. Neste mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu a inocência do professor. “Sempre que a gente puder temos que lembrar das pessoas que foram vítimas do arbítrio para que essa insanidade nunca mais aconteça em nosso país”, condenou o presidente.

Não há futuro sem ciência

O chefe do Executivo também comentou os resultados positivos do programa que garantiu desconto em carros populares. Na semana passada, o saldo de vendas fechadas foi de 125 mil automóveis. Para Lula, a medida inspira também a reedição do programa de incentivo à compra de eletrodomésticos da chamada linha branca. Como são consideradas geladeiras, televisões e máquinas de lavar, por exemplo. A iniciativa é semelhante à adotada em 2009, no segundo mandato de Lula, que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) destes itens.

Lula também repetiu o mote “a ciência voltou” que vem ganhando diversas variações ao longo de seus primeiros meses de governo. Ele ressaltou que a ciência e pesquisa é o “futuro do país”. E defendeu o trabalho de instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, entre outros.

“A verdade é que a ciência é aliada da vida e do desenvolvimento. E é nesse momento histórico que ele se faz mais necessário para o futuro do Brasil. O mundo todo vive uma encruzilhada histórica. Ao mesmo tempo que precisamos combater a fome e a desigualdade, precisamos repensar totalmente as formas de produção que o mundo vem adotando desde os tempos da revolução industrial. O planeta não aguenta mais a pressão ambiental, o desmatamento e a emissão desenfreada de carbono. E o futuro da humanidade só será garantido a partir de novas ideias, tecnologia e muito mais ciência”, garantiu Lula.

Repercussão 

A retomada do CCT foi comemorada pelo neurocientista Stevens Rehen, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), no Rio de Janeiro. Rehen é uma das maiores autoridades na análise dos efeitos terapêuticos dos psicodélicos usando células-tronco humanas e está entre os homenageados com a Ordem Nacional de Mérito Científico. “A ciência voltou! Obrigado presidente Lula”, destacou.

Durante o evento, Lula também assinou o decreto que convoca a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ele prestou ainda uma homenagem ao ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luiz Carlos Cancellier que foi preso injustamente e cometeu suicídio dias após ser acusado de desvios de recursos públicos. Neste mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu a inocência do professor. “Sempre que a gente puder temos que lembrar das pessoas que foram vítimas do arbítrio para que essa insanidade nunca mais aconteça em nosso país”, condenou o presidente.

Não há futuro sem ciência

O chefe do Executivo também comentou os resultados positivos do programa que garantiu desconto em carros populares. Na semana passada, o saldo de vendas fechadas foi de 125 mil automóveis. Para Lula, a medida inspira também a reedição do programa de incentivo à compra de eletrodomésticos da chamada linha branca. Como são consideradas geladeiras, televisões e máquinas de lavar, por exemplo. A iniciativa é semelhante à adotada em 2009, no segundo mandato de Lula, que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) destes itens.

Lula também repetiu o mote “a ciência voltou” que vem ganhando diversas variações ao longo de seus primeiros meses de governo. Ele ressaltou que a ciência e pesquisa é o “futuro do país”. E defendeu o trabalho de instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, entre outros.

“A verdade é que a ciência é aliada da vida e do desenvolvimento. E é nesse momento histórico que ele se faz mais necessário para o futuro do Brasil. O mundo todo vive uma encruzilhada histórica. Ao mesmo tempo que precisamos combater a fome e a desigualdade, precisamos repensar totalmente as formas de produção que o mundo vem adotando desde os tempos da revolução industrial. O planeta não aguenta mais a pressão ambiental, o desmatamento e a emissão desenfreada de carbono. E o futuro da humanidade só será garantido a partir de novas ideias, tecnologia e muito mais ciência”, garantiu Lula.

Repercussão 

A retomada do CCT foi comemorada pelo neurocientista Stevens Rehen, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), no Rio de Janeiro. Rehen é uma das maiores autoridades na análise dos efeitos terapêuticos dos psicodélicos usando células-tronco humanas e está entre os homenageados com a Ordem Nacional de Mérito Científico. “A ciência voltou! Obrigado presidente Lula”, destacou.

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