
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), por meio da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas e da Supervisão da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, em conjunto com a WWF-Brasil, realizou na sexta-feira, 31, na comunidade Carrapato, em Mateiros, uma capacitação da Brigada Comunitária da Associação das Comunidades Quilombolas de Carrapato, Formiga, Mata e Ambrósio (ASCOCFMA). O evento contou a entrega de aproximadamente 300 materiais destinados à atuação dos brigadistas, entre Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e equipamentos para combate a incêndios.
A iniciativa foi realizada de forma integrada com a Brigada Gavião Fumaça, do Naturatins, reforçando a cooperação entre equipes técnicas e comunitárias na prevenção e manejo do fogo no território.
A capacitação buscou fortalecer as ações da brigada, e ampliar a capacidade das comunidades de lidar com incêndios e preservar seus territórios.
O treinamento, que contemplou 15 brigadistas da região, integrou diferentes etapas, incluindo abordagem teórica sobre o Manejo Integrado do Fogo (MIF), noções de primeiros socorros com apoio do Corpo de Bombeiros, e uso de equipamentos de combate a incêndios.
Durante o evento, a WWF-Brasil entregou cerca de 300 itens completos para equipar os 15 brigadistas e fortalecer seus trabalhos na prevenção e proteção ambiental do território. Entre os materiais foram entregues EPIs e equipamentos de combate, como gandolas, calças, capacetes, coturnos, óculos, abafadores, sopradores e roçadeiras.
A diretora de Biodiversidade e Áreas Protegidas, Perla Ribeiro, reforçou que a capacitação de brigadas comunitárias é estratégica para ampliar a governança local e proteger as Unidades de Conservação. “A articulação entre órgãos estaduais, federais e comunitários é fundamental para implementar o MIF [Manejo Integrado do Fogo] de forma segura e eficiente, considerando o calendário de queimadas e as práticas tradicionais das comunidades. Além disso, essa integração fortalece o monitoramento ambiental e contribui para a conservação da biodiversidade do Jalapão”, afirmou a diretora.
Segundo a supervisora da APA do Jalapão, Rejane Nunes, a parceria entre WWF-Brasil e Naturatins é de longa data e já rendeu resultados concretos. “Em 2023, já fortalecemos o MIF tanto na APA quanto no Parque Estadual do Jalapão, com apoio técnico e aquisição de equipamentos. Em 2024, formamos a primeira brigada comunitária quilombola, a Ascolombolas-Rios, e agora, em 2025, estamos formando a segunda, na comunidade Carrapato. Esses treinamentos são essenciais para integrar a gestão do fogo e fortalecer a atuação das comunidades no território”, destacou.
O especialista em conservação da WWF-Brasil, Osvaldo Barassi Gajardo, destacou o alcance das ações desenvolvidas pela organização no fortalecimento de brigadas comunitárias. “A WWF atua no fortalecimento de brigadas comunitárias e voluntárias desde 2019, inicialmente pelo programa de emergências socioambientais, e hoje de forma mais estruturada com ações que fortalecem o Manejo Integrado do Fogo. Até o momento, já implementamos mais de 100 brigadas comunitárias e voluntárias, capacitando mais de mil brigadistas no Cerrado, Pantanal e Amazônia. No Jalapão, esta é a segunda brigada quilombola apoiada, e as duas são exemplos do protagonismo das comunidades na proteção de seus territórios”, enfatizou.
O representante da WWF-Brasil explicou sobre a atuação da organização na implantação de ações de manejo integrado do fogo e fortalecimento da gestão comunitária dos territórios tradicionais. “O fogo faz parte da dinâmica natural do Cerrado e é utilizado tradicionalmente para manejo do território. O nosso papel é capacitar, fornecer equipamentos e fortalecer a governança local, integrando as brigadas comunitárias com brigadas estaduais, federais e com os bombeiros”, detalhou.
Osvaldo Barassi Gajardo também reforçou a relevância da iniciativa frente às mudanças climáticas. “Este ano, as chuvas chegaram apenas no final de outubro, muito além do período esperado, aumentando a vulnerabilidade das comunidades ao impacto dos incêndios. Com a capacitação, os brigadistas se tornam agentes resilientes, capazes de atuar na prevenção e no combate inicial a incêndios, evitando que pequenos focos se tornem grandes incêndios florestais. A expectativa é que, com integração entre comunidades, órgãos gestores e brigadas técnicas, seja possível implementar o Manejo Integrado do Fogo de forma segura, respeitando o calendário de queimadas e as práticas tradicionais das comunidades”, concluiu.
Apoio financeiro
As ações de formação e capacitação das brigadas comunitárias quilombolas contam com o apoio do projeto financiado pelo Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (Critical Ecosystem Partnership Fund – CEPF), que incentiva iniciativas voltadas ao fortalecimento das comunidades locais e à conservação dos ecossistemas do Cerrado.
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