A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES/TO) sediou a reunião ordinária do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil (Cepomfi), onde foi apresentado, na quarta-feira, 27, o projetoVidas Planejadas. A iniciativa tem como objetivo reduzir os índices de mortalidade materna, fetal e infantil no estado, ampliando o acesso ao planejamento sexual e reprodutivo, com ênfase no uso do dispositivo intrauterino (DIU).
O projeto será implantado nos 139 municípios tocantinenses, iniciando com as cidades afetadas pela queda da ponte que liga o Tocantins ao Maranhão. A estratégia inclui a publicação de um Protocolo Estadual de Inserção do DIU e a capacitação de médicos e enfermeiros para realizar o procedimento e verificar sua eficácia por meio do exame de ultrassonografia.
De acordo com evidências científicas, o uso do DIU no planejamento reprodutivo pode reduzir em até 40% os óbitos maternos e fetais. “Em 100% dos óbitos analisados em 2023 e 2024, as mulheres que foram a óbito não haviam planejado sua gestação. O planejamento reprodutivo é essencial porque investiga, por meio de exames clínicos e laboratoriais, se a mulher em idade fértil tem condições adequadas de gestar”, afirmou a presidente do Cepomfi, Raquel Marques Soares.
O encontro reuniu representantes do Ministério Público, do Ministério da Saúde, da Assembleia Legislativa, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), da Sociedade Tocantinense de Pediatria, da Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e da Conselho de Enfermagem, além de profissionais da rede estadual.
O superintendente Estadual do Ministério da Saúde no Tocantins, Relmivan Rodrigues Milhomem, ressaltou a relevância do trabalho integrado do Comitê. “O Cepomfi tem um papel muito importante, especialmente no Tocantins, que ao longo da sua história evoluiu bastante, mas ainda precisa avançar. Houve momentos em que o Comitê foi desativado e, agora, com sua retomada, temos a oportunidade de olhar para os índices, analisar os números e planejar melhorias. O Ministério da Saúde trabalha conjuntamente a Saúde Estadual e integra o Cepomfi, com objetivo de avançar juntos”.
A reunião também foi marcada por depoimentos de pessoas que tiveram suas vidas impactadas pelo atendimento no SUS. “Minha filha estava internada há dez dias e recebeu toda a assistência necessária, com os melhores profissionais, 24 horas por dia. Como usuária do SUS, só tenho a agradecer. Sou admiradora do Sistema Único de Saúde e senti na pele a importância do serviço prestado. Graças ao leito de UTI, Anna Laura teve a chance de se recuperar”, afirmou Elza Maria, mãe da pequena Anna Laura.
Já a puérpera residente em Formoso do Araguaia e portadora de doença falciforme, Karinny Pereira Brito, relembrou a urgência vivida em seu atendimento. “Passei por uma situação de emergência, com hemoglobina muito baixa e quadro de hemorragia. Por meio do Comitê, conseguimos contato com a Hemorrede Tocantins, que providenciou o envio imediato das bolsas de sangue que salvaram minha vida”, destacou.
Moções de Reconhecimento
Na ocasião, o Cepomfi também prestou homenagens a parceiros e profissionais de saúde que se destacaram em suas áreas de atuação, entregando Moções de Reconhecimento pelo compromisso com a saúde pública.
Receberam a honraria a superintendente da Hemorrede do Tocantins, Poliana Gomes; e a superintendente de Unidades Hospitalares Próprias da SES/TO, Ludmilla Nunes, assim como a promotora de Justiça do Ministério Público do Tocantins, Araína Cesarea; e a diretora de Regulação da SES-TO, Celeste Barbosa. Também foram homenageadas a representante da Associação dos Falcêmicos do Tocantins (Afeto), Velma de Sousa; e a professora e pesquisadora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Daniele Rosa Evangelista, além do superintendente de Gestão Profissional e Educação na Saúde da SES/TO, Tiago Pereira, e a representante da Escola Tocantinense do SUS (ETSUS), Liana Barcelar. O reconhecimento foi estendido ainda ao deputado estadual Luciano Oliveira, autor da Lei Maternidade Segura.