A ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, disse nesta quarta-feira (31) que Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos confirmaram que estão se juntando ao bloco do Brics. Ela também confirmou que a Argentina recusou o convite para participar do bloco.
Os seis países foram convidados a participar do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul em agosto, em Johanesburgo, durante a última cúpula dos Brics. No final de dezembro, entretanto, o presidente da Argentina, Javier Milei, enviou carta aos países do bloco recusando o convite.
“Com relação às confirmações do Brics, cinco dos seis confirmaram. São eles: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Egito”, disse a ministra sul-africana em uma entrevista coletiva.
A Argentina, no entanto, notificou que não dará seguimento a pedido da administração anterior para se tornar membro pleno do Brics, ressaltou. ‘Aceitamos a sua decisão”, disse Pandor, sobre a recusa do governo Milei.
O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, também anunciou hoje que aproximadamente 30 países demonstraram interesse em se juntar ao Brics. Ele participou de uma reunião de sherpas e vice-sherpas – negociadores – do Brics em Moscou. Nessa terça-feira (30), a Rússia assumiu formalmente presidência rotativa do Brics em 2024.
Na América Latina, Bolívia, Cuba e Venezuela já manifestaram interesse em aderir ao Brics. A lista de interessados inclui ainda Argélia, Cazaquistão, Nigéria e Indonésia, dentre outros.
De acordo com a agência russa Tass, Lavrov destacou que seu país vai prestar “especial atenção” aos novos membros do bloco. “Esperamos que se integrem organicamente em nosso trabalho conjunto e contribuam assim para o fortalecimento das tendências positivas não apenas dentro do Brics, mas também na arena internacional em prol da maioria mundial”.
Ontem, na abertura do encontro dos sherpas, o vice-ministro, Sergey Ryabkov, classificou como “crucial” a expansão do bloco que reúne as principais economias em desenvolvimento. “A ampliação dos Brics ajudará a criar uma nova ordem mundial multipolar, mais justa e equitativa, que refletirá melhor a situação internacional real e permitirá aos países em desenvolvimento expressarem-se de forma mais clara e firme”, ressaltou.
Neste ano, o comando do Brics caberia ao Brasil. Mas o governo brasileiro pediu à Rússia – que assumiria no ano que vem – para inverter a ordem da presidência do bloco, para concentrar esforços no G20, presidido pelo Brasil neste ano. A reunião de cúpula do bloco que reúne as 20 maiores economias do mundo vai ocorrer em novembro, no Rio de Janeiro. Já a cúpula do Brics, reunindo os chefes de estado dos dez países, está marcada para ocorrer um mês antes, em Kazan, na Rússia.