O novo presidente da Argentina, Javier Milei, tomou posse neste domingo (10) e, em seu discurso, afirmou estar assumindo a pior herança já recebida no país. Também defendeu a propriedade privada, livre concorrência e rechaçou intervenção estatal no mercado. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado para a cerimônia, mas preferiu enviar o chanceler Mauro Vieira para representá-lo. Milei foi eleito no dia 19 de novembro, derrotando nas urnas Sergio Massa, candidato do governo que se despediu.
“Hoje estamos recebendo o legado de mais de 100 anos de insistência nas ideias erradas. Vou ser muito claro: nenhum governo recebeu uma herança pior do que a que vamos receber”, disse o novo presidente da Argentina, de acordo com o site Operamundi. Segundo Milei, a Argentina tem uma Constituição liberal desde 1853, “mas em algum momento, os políticos decidiram abandonar o modelo que nos tornou ricos e adotaram as ideias empobrecedoras do coletivismo. Eles insistiram por mais de cem anos em defender um modelo que só produz pobreza”, discursou, sempre de acordo com o Operamundi. Milei acrescentou que, neste ano, os argentinos optaram pela defesa da propriedade privada, mercados livres de intervenção estatal, livre concorrência, divisão do trabalho e cooperação social.
O novo presidente argentino confirmou que fará um duro ajuste fiscal e alertou que, nos primeiros momentos, as medidas trarão queda da atividade econômica, no número de empregos e no nível dos salários. Também haverá aumento na pobreza e na inflação. “Não há alternativa”, afirmou, acrescentando que após “esse ajuste macro, a situação começará a melhorar”. Milei justificou o plano dizendo que a alternativa seria emissão de dinheiro e consequente hiperinflação, o que chamou de “espiral decadente como no caso da Venezuela de Chávez e Maduro”.
A cerimônia de posse começou no Congresso Nacional, sem a presença de Javier Milei, e foi conduzida pela presidente do Senado, Cristina Kirchner. O novo mandatário foi declarado presidente do país às 11h20 da manhã. Cerca de 30 minutos depois, o ultradireitista chegou ao local após ter desfilado em carro por diversas ruas de Buenos Aires. No parlamento, fez o juramento de seguir a Constituição e recebeu o bastão e a faixa presidencial do ex-presidente Alberto Fernández. Em seguida, posou para fotos e acenou para apoiadores. As celebrações terminariam no Teatro Colón, à noite.