A expectativa da evacuação de 34 brasileiros reféns de Israel no sul da Faixa de Gaza é alvo de incertezas e atrasos. Isso, após informações conflitantes sobre a data de sua saída do enclave palestino. Apesar das garantias dadas pelo Ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, ao Chanceler brasileiro Mauro Vieira, de que a partida ocorreria até a quarta-feira (8), a realidade é diferente.
A diplomacia brasileira informou aos cidadãos brasileiros em Gaza que os responsáveis pelos países envolvidos na evacuação de civis comunicaram às embaixadas que a saída do grupo pela fronteira com o Egito estava programada para a quinta-feira (9). No entanto, tanto o Itamaraty quanto o Escritório da Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia ocupada, ainda não confirmaram oficialmente a data da evacuação.
A confusão em torno da evacuação ganhou destaque quando os brasileiros não constaram na sexta lista de estrangeiros. Esta, autorizada a deixar Gaza, divulgada nesta quarta-feira (8) pelo Escritório da Representação do Brasil em Ramala. No total, 601 estrangeiros foram incluídos na lista, com a maioria portando passaportes da Ucrânia (228 ao todo). Na sequência, figuram nacionais das Filipinas (107), Estados Unidos (100), Alemanha (75), Romênia (51) e Canadá (40).
A situação dos brasileiros em Gaza ficou ainda mais delicada. Isso, quando a saída do enclave foi suspensa no último sábado (4). Após um ataque israelense a um comboio de ambulâncias que transportaria feridos para o Egito. A fronteira de Rafah, que liga Gaza ao Egito, só foi reaberta nesta segunda-feira (6), gerando expectativas renovadas de evacuação.
Nesta quarta-feira, a assessoria do Itamaraty informou que as negociações para a saída dos brasileiros continuam em andamento. Então, sendo conduzidas com autoridades dos países envolvidos por meio das embaixadas do Brasil no Cairo, no Egito, em Tel Aviv, em Israel, e em Ramala, na Cisjordânia.
Diante das informações contraditórias e dos atrasos na evacuação dos brasileiros em Gaza, a tensão e a apreensão entre as famílias e os próprios cidadãos brasileiros no enclave continuam a crescer. Resta agora aguardar a confirmação oficial. Para, então, ter a data de partida e a conclusão das negociações que possibilitem o retorno seguro desses brasileiros ao seu país de origem.