
A 29ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo será realizada neste domingo (22), na avenida Paulista, e terá o tema “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”, com a concentração a partir das 10h, em frente ao MASP (Museu de Artes de São Paulo), na avenida Paulista.
O objetivo do tema deste ano é celebrar as pessoas 60+ da comunidade e reforçar a luta por dignidade e acolhimento, ressaltando a necessidade de uma sociedade em que as pessoas idosas LGBT+ tenham acesso a lares inclusivos, redes de apoio e serviços públicos preparados para acolhê-las.
“Celebrar o orgulho LGBT+ também é honrar quem abriu caminho antes de nós. Envelhecer é uma conquista, mas, para muitas pessoas LGBT+, ainda é um desafio marcado pelo abandono, pelo silenciamento e pela ausência de políticas públicas", afirmou o presidente da APOLGBT-SP, Nelson Matias Pereira.
"Em 2025, a Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo levanta a voz por quem resistiu, construiu e segue sendo exemplo de coragem. Lutar pelo envelhecimento com dignidade é lutar para que nenhuma pessoa seja deixada para trás."
De acordo com estimativas do IBGE, em 2025, o Brasil terá mais de 31 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou os anos 2020 a “década do envelhecimento saudável nas Américas”, mas, na prática, a população LGBT+ idosa ainda enfrenta exclusão, abandono, invisibilidade e escassez de políticas públicas que garantam uma velhice digna, segura e respeitosa.
Nelson destacou a importância do tema deste ano, lembrando as dificuldades do envelhecimento no Brasil e explicando que, quando se trata da comunidade LGBT+, a carga é ainda maior, já que o envelhecimento dessas pessoas ainda é um tabu na sociedade e vem carregado de estereótipos e rótulos ofensivos, tornando essa população invisível, abandonada e mais vulnerável à violência de todos os tipos.
“Vivemos numa sociedade que cultua os corpos, e os corpos que envelhecem, e, muitas vezes, principalmente os corpos LGBTs, são ridicularizados com termos pejorativos. Eu, aos 59 anos, já ouço termos como maricona e coisas do gênero. E não, eu sou só um corpo que envelheceu e todos vão envelhecer e devem ter respeito, devem ser respeitados. É justamente contra esse apagamento que vamos às ruas”, disse Nelson.
Direitos Humanos Governo de SP está impedido de demolir imóveis na Favela do Moinho
Direitos Humanos EBC define recomendação sobre tratamento a crianças e adolescentes
Direitos Humanos LGBTQIA+: encontro defende políticas púbicas para combater violência